sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O triste fim de um relacionamento bovino...

Não adianta, não existe rompimento amoroso, por qualquer que seja, sem dor, mágoas e uma boa dose de frustração. Até porque, não existe separação bovina, "sincronizada", ou seja os protagonistas de uma relação, por certo nunca decidem ao mesmo tempo e de comum acordo, que deixarão de se amar, admirar ou gostar, por exemplo precisamente no dia 24 do mês e ano corrente às 9:45 horas da manhã.
Se fosse simples assim, seria tudo mais fácil, pois em data, hora e local previamente acordados, e sem "melodramas bovinos mexicanos", o boi e a vaca em questão, iriam cada um para o seu curral próprio, sem culpas e ressentimentos e sem aquele amargo vazio na alma.
Mas na prática as coisas nunca ocorrem desta forma. Vacas e bois, mergulhados na rotina cotidiana de suas pastagens e vidas comuns, insistem, muitas vezes, por não se darem conta, de que seus adoráveis "cérebros bovinos", um dia, simplesmente deixaram de se comunicar.
E em assim, conscientes, ou não, de tal realidade e por mera comodidade, teimosamente prolongam de forma desnecessária, a meu ver, um relacionamento, que desde muito tempo, já havia dado sinais de sua própria "falência existencial", por força de toda a sorte de circunstâncias.
A coisa complica ainda mais, quando uma vez estabelecido este lamentável estado de coisas, ainda que de forma inconsciente para os partícipes da citada relação, uma "vaca" ou "um bovino" mais bem apessoado e interessante de um curral vizinho qualquer, obra por despertar a atenção e o encantamento de um destes protagonistas, de forma propositada ou não.
Estabelece-se aí, a partir de então, o clássico relacionamento "Pitagórico Bovino" (lembram-se do triângulo de Pitágoras, catetos e hipotenusa) e toda a sorte de culpas e ressentimentos recíprocos, que culminará sempre ao final, com a dissolução do triângulo a qual a "olho-nu", poderá ser boa para uns, e ruim para outros.
Mas em meu particular modo ver, em "triângulos bovinos" desta natureza, ouso, quase sempre, absolver o terceiro "bovino", situado no vértice do triângulo, e que geralmente, carrega a "culpa" de tudo. Esse coitado,inicialmente trata-se sim, de um mero, coadjuvante na história, vez que inicialmente nada tinha a ver com o "pato", (digo com os dois bovinos mal resolvidos), pois nenhuma vaca ou boi em "sã consciência", gostaria se envolver em uma questão complicada dessas ...
Mas assim mesmo, por ser da natureza humana, digo bovina, para não descaracterizar o formato e o feitio deste "blog", esses terceiros acabam por fazer parte integrante de tal triângulo, vindo a partir de então a compartilhar do sofrimento dos demais bovinos, em doses "cavalares" (cansei um pouco da metáfora bovina).
Nessas particulares condições ...
- Sofre a vaca ou boi insatisfeito, que olhou para o curral do vizinho e aí não resistiu, e sucumbiu a luxúria e posteriormente à paixão, ainda que venal, por conta de uma satisfação pessoal que não mais encontrava no curral próprio;
- Sofre, por seu turno a vaca ou boi que não sabia de nada e/ou fingiu que não sabia, e aí se sentiu traído e enganado;
- E, sofre também o terceiro bovino/a da história, que nem sequer conhecia essa inicial "parelha de bois", mas assim mesmo, logrou por se apaixonar por um deles, e agora quer um curral próprio com o bovino com quem inadvertidamente se deixou envolver.
Aí, é "estrume" para todos os lados e ângulos do triângulo de onde se olhar ...
Donde há de se concluir que: Em "relacionamentos bovinos triangulares", nunca haverá vencedores ou vencidos, pois todos inevitavelmente perdem um pouco da auto-estima e do bom-senso, pois seus partícipes, passam assim (con)viver, nessa "tríplice-aliança" sempre em meio a culpas e conflitos infindáveis.
Cabendo portanto a sublime indagação: E tudo isso prá que?
Para depois de muito sofrimento, a voz bovina da razão, admitir para si próprio(a), que seu parceiro bovino ou a sua relação com ele por certo já desgastada, mantida até então a duras penas, não valia mesmo mais à pena!
A saída honrosa portanto, salutares companheiros(as) de vida bovina, é sempre tentar fugir de triângulos, em qualquer ângulo em que se esteja dentro dele, e atentar-se sempre, de forma simples e realista, para uma coexistência bovina no mínimo satisfatória e gratificante.
Pois, onde não há mais carinho, amizade e especialmente lealdade, a "vaca", literalmente há de "ir pro brejo mesmo", e aí não dá mais "para chorar o leite derramado". Perda de tempo e energia, em vão.
Lembrem-se, todos nós já nascemos com "chifres", a questão básica é, portanto, por opção "carregá-los ou não" !

DM

1 Comentários:

Blogger Ana Paula disse...

Amida gaúcha... Acabei de postar o texto que vc me mandou. Show, como sempre... Parece até que escreveu pra mim, né? Já carreguei meu par de chifres... Peeesa, né? Já notou que não existe a palavra corna? Por que seria, se somos nós que quase sempre arcamos com o adereço de cabeça? É um caso a se pensar... Beijos, bom carnaval e boa viagem!

16 de fevereiro de 2007 às 07:14  

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