Relações bovinas à distância
Espero não haver atiçado pânico nem o temor no rebanho masculino depois da crônica de ontem. Mas lembrem-se sempre: "Vacas são Vacas mesmo!". Ou pensaram, que a metáfora desse "blog" é por mero acaso ?
Mas como as subscritoras desse "blog" são "vacas do bem", e hoje um pouco contagiada de compaixão e solidariedade pela vaca AP, em razão de ela estar a namorar um bovino "de além mar", resolvi traçar algumas ponderações sobre relacionamentos com bovinos à distância.
Pois bem, em que pese toda a sorte de sofrimento, que advém desta especial e delicada espécie de relação, uma coisa, via de regra, é sempre certa: Quando os parceiros bovinos em questão se reencontram, a vida dos dois, se mostra "simplesmente um luxo" !
Falo por experiência própria, pois como já noticiei no início deste "blog" morava em Porto Alegre-RS, quando conheci – pasmem – "por telefone", meu bovino paulista e, a partir de então passamos a namorar à distância por mais ou menos 02(dois) anos. Até que um belo dia, por razões amorosas, sexuais e por que não dizer econômicas também, optamos por institucionalizar um curral comum, juntando os "trapos" ! Mas isso é uma outra história ...
Entre nós, não havia um oceano, como hoje existe entre a AP e seu bovino italiano,mas resguardadas as devidas proporções, mantinhamos uma relação bovina, entre os estados de Santa Catarina e Paraná , portanto há 1200 Km de distância precisamente, que insistiam em geograficamente nos separar, de maneira intransponível.
Nesse, hoje, saudoso tempo, (mas à época muito sofrido) o uso da internet, do msn, do orkut e afins estava apenas começando, e se mostrava ainda restrito a instituições financeiras e comerciais.
Assim nossos contatos diários e habituais, se davam sempre por telefone e fax e, com sofreguidão, não raras às vezes, quando as contas dos cartões e dos interurbanos atingiam patamares insuportáveis, - eu por gostar de escrever- utilizava-me do correio, mesmo.
Em razão de ambos trabalharem, e ainda no início de um relacionamento, onde procedimentos cautelares e investigativos, são sempre necessários, optamos por nos encontrar uma vez a cada mês.
Mas quando a saudade batia de forma inexorável, fazíamos o possível e o impossível para estar juntos.
Atolávamos nossos cartões de crédito, inventávamos toda a sorte de "pseudos" compromissos profissionais tanto em "Sampa" como "POA", sempre com vistas a que nossos empregadores financiassem as benditas passagens áreas.
Obviamente, que com o passar do tempo e com o conseqüente "aquecimento da paixão bovina recíproca", passamos então a nos permitir a "loucura" de nos reencontrarmos de duas em duas semanas.
Sem sombra de dúvida, durante esses agitados e adoráveis anos, fomos os maiores clientes da quase extinta VARIG e da TAM, sem esquecer é claro, das companhias telefônicas, e dos cartões de crédito.
Vivia-se em função dessa paixão, e do "bussiness and pleasure", se é que me entendem : Ponte área POA/SAMPA sempre, do jeito que desse, e sob qualquer pretexto.
Hoje, relembro com saudades, os reencontros e as correspondentes despedidas nos aeroportos, dignas de um melodrama romântico da melhor qualidade, onde talvez só faltasse a música incidental adequada, pois pagávamos sem medo de ser feliz, toda a espécie de "mico" junto aos saguões dos aeroportos.
Havia tempo e dinheiro, para inúmeros jantares românticos cheios de "glamour" aqui e lá, noitadas inesquecíveis em motéis, que até hoje permanecem na memória, e infelizmente muito, mas muito sofrimento mesmo a cada despedida...(Parte ruim da coisa toda !)
Mas gente, vocês não tem noção, do que à distância, por vezes, pode trazer de bom, para a evolução natural de um relacionamento entre bovinos.
Quando se está longe do ente amoroso bovino, a criatividade entre ambos, parece aflorar naturalmente, a nossa noção real de tempo, parece ficar obtusa, o tempo passa a assumir a partir de então, uma outra dimensão. Ou seja: Tudo se passa muito rápido quando se está junto, e lamentavelmente muito devagar até o próximo encontro.
Portanto, já que o tempo é obtuso e inimigo, cada reencontro é por demais valorizado e aproveitado em todas as suas possibilidades! E a AP que seja vaca o bastante para aqui me desmentir ...
Sei lá, parece que pelo simples fato, de não podermos conviver fisicamente e de forma diária com esse ente bovino, inconscientemente elegido, qualquer contato do mesmo a que título for, seja, por telefone, e-mail, ou o que quer que seja, se torna divinamente especial, e em muitas léguas distante de qualquer lugar comum.
Nessas circunstâncias, só de ouvir a voz do bovino à distância e/ou de ler qualquer mensagem deste, por mais tola que seja, o corpo estremece e por vezes enlouquece-se saudavelmente à alma ...
E tudo isso porque? Porque não existe neste tipo de relacionamento, uma rotina específica de vida , pois a rotina individual de cada um, é sempre quebrada a cada reencontro, vez que o bovino que se desloca para encontrar outro, já "quebrou" por sua conta e risco a sua própria rotina, e interferiu de forma agradável na rotina do outro.
Assim, as possibilidades de crescimento e conhecimento interior mútuos, ainda que de forma sofrida, se mostram - absolutamente infinitas, pela simples e singela razão de que tudo é difícil e fácil ao mesmo tempo, e o fato de simplesmente se comunicar já nos enche de imenso prazer ...
Portanto, sempre vejo com bons olhos, relacionamentos que começam à distância, pois se frutificarem, podem vir a ter grandes chances de se transformar em excelentes relações humanas, pelos naturais obstáculos e dificuldades vivenciados por seus partícipes.
Mas por certo, há de haver muito "jogo de cintura" e paciência, para se driblar eventuais inseguranças, como um invasivo e perturbador ciúmezinho, a abstinência sexual, às colegas vacas plantonistas também à distância, e o mais difícil de tudo: A inenarrável "saudade" ...
CONSOLOS:
- Quanto às vacas de plantão: Essas estão sempre por aí mesmo, hoje em dia até no elevador, nada mais as detém. Só resta confiar no parceiro ! (Que remédio...)
- Para a abstinência sexual forçada: Que tal experimentar um sexo virtual de vez em quando, ou por telefone mesmo. Viva a criatividade! Pode ser uma experiência inusitada e pra lá de interessante.(Rrsrsrsrs)
-Para driblar a saudade e os momentos de solidão: Chopp e caipirinha com as "vaquíssimas" do peito.
Mas, quando tudo isso não adiantar mais ...
Aí, só pegando um avião, aproveitando o vôo para avaliar a possibilidade de se montar um novo e lindo curral comum !!!
PS: Esta foi escrita especialmente e com carinho para você, querida AP!
Beijos
DM
Mas como as subscritoras desse "blog" são "vacas do bem", e hoje um pouco contagiada de compaixão e solidariedade pela vaca AP, em razão de ela estar a namorar um bovino "de além mar", resolvi traçar algumas ponderações sobre relacionamentos com bovinos à distância.
Pois bem, em que pese toda a sorte de sofrimento, que advém desta especial e delicada espécie de relação, uma coisa, via de regra, é sempre certa: Quando os parceiros bovinos em questão se reencontram, a vida dos dois, se mostra "simplesmente um luxo" !
Falo por experiência própria, pois como já noticiei no início deste "blog" morava em Porto Alegre-RS, quando conheci – pasmem – "por telefone", meu bovino paulista e, a partir de então passamos a namorar à distância por mais ou menos 02(dois) anos. Até que um belo dia, por razões amorosas, sexuais e por que não dizer econômicas também, optamos por institucionalizar um curral comum, juntando os "trapos" ! Mas isso é uma outra história ...
Entre nós, não havia um oceano, como hoje existe entre a AP e seu bovino italiano,mas resguardadas as devidas proporções, mantinhamos uma relação bovina, entre os estados de Santa Catarina e Paraná , portanto há 1200 Km de distância precisamente, que insistiam em geograficamente nos separar, de maneira intransponível.
Nesse, hoje, saudoso tempo, (mas à época muito sofrido) o uso da internet, do msn, do orkut e afins estava apenas começando, e se mostrava ainda restrito a instituições financeiras e comerciais.
Assim nossos contatos diários e habituais, se davam sempre por telefone e fax e, com sofreguidão, não raras às vezes, quando as contas dos cartões e dos interurbanos atingiam patamares insuportáveis, - eu por gostar de escrever- utilizava-me do correio, mesmo.
Em razão de ambos trabalharem, e ainda no início de um relacionamento, onde procedimentos cautelares e investigativos, são sempre necessários, optamos por nos encontrar uma vez a cada mês.
Mas quando a saudade batia de forma inexorável, fazíamos o possível e o impossível para estar juntos.
Atolávamos nossos cartões de crédito, inventávamos toda a sorte de "pseudos" compromissos profissionais tanto em "Sampa" como "POA", sempre com vistas a que nossos empregadores financiassem as benditas passagens áreas.
Obviamente, que com o passar do tempo e com o conseqüente "aquecimento da paixão bovina recíproca", passamos então a nos permitir a "loucura" de nos reencontrarmos de duas em duas semanas.
Sem sombra de dúvida, durante esses agitados e adoráveis anos, fomos os maiores clientes da quase extinta VARIG e da TAM, sem esquecer é claro, das companhias telefônicas, e dos cartões de crédito.
Vivia-se em função dessa paixão, e do "bussiness and pleasure", se é que me entendem : Ponte área POA/SAMPA sempre, do jeito que desse, e sob qualquer pretexto.
Hoje, relembro com saudades, os reencontros e as correspondentes despedidas nos aeroportos, dignas de um melodrama romântico da melhor qualidade, onde talvez só faltasse a música incidental adequada, pois pagávamos sem medo de ser feliz, toda a espécie de "mico" junto aos saguões dos aeroportos.
Havia tempo e dinheiro, para inúmeros jantares românticos cheios de "glamour" aqui e lá, noitadas inesquecíveis em motéis, que até hoje permanecem na memória, e infelizmente muito, mas muito sofrimento mesmo a cada despedida...(Parte ruim da coisa toda !)
Mas gente, vocês não tem noção, do que à distância, por vezes, pode trazer de bom, para a evolução natural de um relacionamento entre bovinos.
Quando se está longe do ente amoroso bovino, a criatividade entre ambos, parece aflorar naturalmente, a nossa noção real de tempo, parece ficar obtusa, o tempo passa a assumir a partir de então, uma outra dimensão. Ou seja: Tudo se passa muito rápido quando se está junto, e lamentavelmente muito devagar até o próximo encontro.
Portanto, já que o tempo é obtuso e inimigo, cada reencontro é por demais valorizado e aproveitado em todas as suas possibilidades! E a AP que seja vaca o bastante para aqui me desmentir ...
Sei lá, parece que pelo simples fato, de não podermos conviver fisicamente e de forma diária com esse ente bovino, inconscientemente elegido, qualquer contato do mesmo a que título for, seja, por telefone, e-mail, ou o que quer que seja, se torna divinamente especial, e em muitas léguas distante de qualquer lugar comum.
Nessas circunstâncias, só de ouvir a voz do bovino à distância e/ou de ler qualquer mensagem deste, por mais tola que seja, o corpo estremece e por vezes enlouquece-se saudavelmente à alma ...
E tudo isso porque? Porque não existe neste tipo de relacionamento, uma rotina específica de vida , pois a rotina individual de cada um, é sempre quebrada a cada reencontro, vez que o bovino que se desloca para encontrar outro, já "quebrou" por sua conta e risco a sua própria rotina, e interferiu de forma agradável na rotina do outro.
Assim, as possibilidades de crescimento e conhecimento interior mútuos, ainda que de forma sofrida, se mostram - absolutamente infinitas, pela simples e singela razão de que tudo é difícil e fácil ao mesmo tempo, e o fato de simplesmente se comunicar já nos enche de imenso prazer ...
Portanto, sempre vejo com bons olhos, relacionamentos que começam à distância, pois se frutificarem, podem vir a ter grandes chances de se transformar em excelentes relações humanas, pelos naturais obstáculos e dificuldades vivenciados por seus partícipes.
Mas por certo, há de haver muito "jogo de cintura" e paciência, para se driblar eventuais inseguranças, como um invasivo e perturbador ciúmezinho, a abstinência sexual, às colegas vacas plantonistas também à distância, e o mais difícil de tudo: A inenarrável "saudade" ...
CONSOLOS:
- Quanto às vacas de plantão: Essas estão sempre por aí mesmo, hoje em dia até no elevador, nada mais as detém. Só resta confiar no parceiro ! (Que remédio...)
- Para a abstinência sexual forçada: Que tal experimentar um sexo virtual de vez em quando, ou por telefone mesmo. Viva a criatividade! Pode ser uma experiência inusitada e pra lá de interessante.(Rrsrsrsrs)
-Para driblar a saudade e os momentos de solidão: Chopp e caipirinha com as "vaquíssimas" do peito.
Mas, quando tudo isso não adiantar mais ...
Aí, só pegando um avião, aproveitando o vôo para avaliar a possibilidade de se montar um novo e lindo curral comum !!!
PS: Esta foi escrita especialmente e com carinho para você, querida AP!
Beijos
DM
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