quinta-feira, 19 de julho de 2007

A Vaca e o Monstro dos Olhos Verdes.

Sempre que o assunto é ciúme, me pergunto por que o tal monstro dos olhos verdes que atormentava o mouro Otelo (aquele mesmo, de Shakespeare: “O ciúmes é um monstro de olhos verdes, que zomba do alimento de que vive”) tinha os olhos desta cor... O meu monstro, meu monstrinho ciumento que mora dentro de mim, tem olhos castanhos como os meus.

Sim, ciúmes. E... Vamos parando aí. Toda a vez que se toca nesse assunto, aparece alguém para dizer a mesma coisa! Nem quero que me falem que ciúme é sentimento só de quem tem a auto-estima baixa, é inseguro, etc, etc. Não. Mentira. Men-ti-ra! Esqueça a capa de bem-resolvido por uns minutos. Admita.

Eu sinto ciúmes. Tu sentes ciúme. Ele sente ciúmes (ou disse isso, embora eu não acredite ainda!). Nós sentimos ciúmes. Vós... ah, ninguém é vós hoje em dia! Bem, talvez o Papa, mas ele teria ciúmes de quem? Eles sentem ciúmes. A diferença é a intensidade do sentimento. E o grau de demonstração. Tem gente que sente só um pouquinho. Outros, um exagero. Tem gente que sente, mas não demonstra. Claro que estou falando de gente normal. Não de Otelos psicopatas. E nem de, na outra ponta, icebergs ambulantes. Fui casada sete anos com um cara que não sentia ciúmes. Zero. Nada. Nadinha. Um saco! Não sei se o cara era super confiante ou burro. O outro (ou outra, no meu caso) espera que você sinta isso. Um pouco, ao menos. Como o sal que torna a nossa comida mais saborosa: muito faz mal. Mas comida sem sal é intragável.

Precisei pesquisar um pouco... A palavra ciúme veio do latim zelumen, zelo. Sentir ciúme, então, nada mais é do que zelar pelo que é seu. Zelar demais, sufoca. Não zelar nos faz perder. Gente, não sou psicóloga, psiquiatra, socióloga... Sou apenas uma vaca intrometida. Mas sei que tudo na vida depende de equilíbrio. Um equilíbrio tão delicado e difícil de conseguir.

Eu, por exemplo, sinto ciúmes. Às vezes um pouquinho. Outras, muito, muitão... Mas, vaca que sou, detesto demonstrar... Aprendi umas coisas com a vida. Não dá para sentir ciúme de passado. Ah, não, o que passou, passou. Já era, né? Mas de presente... Isso, sim! É uma questão de sobrevivência, não é? Preservação da espécie! E do relacionamento.

Conselho da vaquinha que lhes escreve: se está com alguém... Por mais que doa, coce, dê comichão... Afaste-se da tentação de verificar recados no Orkut, checar últimas ligações feitas e recebidas, sms, caixa postal. Feche os olhos para a caixa de e-mail alheia. Preserve-se. Preserve a intimidade de quem está com você. Melhor: preserve seu namoro, casamento, amizade, rolo ou se lá o nome que você dê a isso. Admita que a pessoa que está com você tem uma vida própria, independente da sua. Pergunte sobre o passado, mas só a título de curiosidade. Faça-se presente. Sinta ciúmes, tudo bem, demonstre só um pouquinho e relaxe. É difícil pra caramba. Eu que sei, hehehehe! Mas vale a pena.

14 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Mea Culpa. Mea maxima culpa! Sou uma ciumenta em potencial! Ja fui doente mas hj sou apenas a ciumenta chata mesmo. Não é insegurança, não, pois sei que o compromisso me faz sentir bem e faz com q meu ciúme seja tolérável, mas admito que tenho uma pontinha de exagero sim.

O post vai fazer com q eu, nos meus 26 anos de luta contra o ciúme exagerado, tente ser mais controladinha!

PS: Essa de orkut, telefone, sms e talz eu não embarco não. PRIVACIDADE é tudo! Mas juro q tenho ciúmes de amiga chagada e de mãe tb...Mas ja to me curando. Aguardem!

19 de julho de 2007 às 10:58  
Anonymous Anônimo disse...

Eu quis dizer AMIGA CHEGADA..onde aparece CHAGADA!

Credo...

19 de julho de 2007 às 10:59  
Blogger Fabi disse...

Adorei a definição de zelo. Eu sou um pouco ciumenta sim. Mas nao entedia o pq algumas pessoas nao sentirem ciumes.Agora ja sei. Na verdade não estão envolvidos e nem zelando por nada. Só estão "vivendo o momento".
bj

19 de julho de 2007 às 11:05  
Blogger Ana Paula disse...

Lady, nós vacas quase sempre somos dramáticas e exageradas, né? Faz parte do charme da espécie! E atire uma pedra no teto dos nossos currais a vaca que nunca exagerou no ciúmes ao menos uma vez.
Mas acho que temos que nos controlar, sim. Caramba, se eu deixar o ciúme se apossar de mim, viro uma vaca louca... Então me controlo. Só o fato de você admitir e se vigiar já é meio caminho andado.

Fabi, nossa, é isso mesmo... Se sente zero ciúmes, não zela... Se não zela, não está envolvido, ou tenta não se se envolver...

19 de julho de 2007 às 11:21  
Blogger DM disse...

A vaca ou boi que disser que não tem ciúmes, mente !!! Se você gosta mesmo da pessoa com quem se envolve... é um condimento essencial do amor e/ou da relação, só não pode ser doentio, passional, exagerado, é preciso controle ... Se mostrar indiferente ao boi ou a vaca, ou é questão de auto-preservação, ou é falta de amor mesmo... O antônimo do amor, para mim não é o ódio, mas sim a indiferença !!! Sou vaca ciumenta assumida, porque gosto de meu boi, e não admitido outras querendo pastar em meu curral... Ele ciente disso, tenho certeza, que secretamente deve gostar, e "acho" procurar pastar nos estritos limites do curral ... Ai, olha eu aqui, já com saudades do boi em SP !!!

19 de julho de 2007 às 11:48  
Blogger Sarah Rubia Nunes disse...

Quem disser que não sente ciumes mente.
O ciume é termometro do relaciomento se demais ta ruim e se de menos também.
eu respondia emails e recados de um certo boi, e de repente vi aquele turbilhão de meninas encantadas com o que eu escrevia, no começo era até engraçado, mas depois comecei avaliar a minha falta de ciumes, eram vaquinhas encantadas com o que eu escrevia e com o misterio de que pessoalmente era um pouco(pra não dizer muito) diferente. Eu me pegava as vezes dando dicas de relacionamento sem me importar se tomaria um outro rumo ou não, eram emails e recados profissionais. Foi o bastante pra mim. A certeza de que não havia mas nada de especial por ali me ajudou a colocar os sentimentos no seus devidos lugares. É tão ruim descobrir que não se ama mais quem queria amar quanto não ser amado por quem gostaria.
Sou ciumenta não só com bois, mas com tudo que tenho, até uma caneta, é chato pacas.
Quando não sinto mais ciumes é por que não me faz mas falta.
Sou daquelas que se precisar desce do salto. Tem aquelas vacas que se corroem por dentro, mas tentam passar aos outros uma aparencia de mulher moderna, eu sou careta, quando o boi ta comigo, ta comigo e pronto. Ta afim de brincar com outra vaquinhas? então fica sozinho.
bjs meninas

Ahhhhhhh...... E odeio boi que exagera na dose de ciumes, é um saco.

19 de julho de 2007 às 12:28  
Blogger Ana Paula disse...

"É tão ruim descobrir que não se ama mais quem queria amar quanto não ser amado por quem gostaria". Nunca havia pensado nisso... É, pode ser...

Olha, sinto ciúmes de tudo e todos, também... Filho (muito! da meniniha que o beija à atual do meu ex, acho que todas elas são umas vacas que querem tirar meu filhote de mim, mas disfarço e me controlo, SEI que não é bem assim...), irmãs, amigos, do cara que nem sei o que é meu ainda, roupas, sapatos, perfume, maquiagem e outros objetos (sou ciumenta mas não egoísta, empresto numa boa! Menos escova de dentes)...

Mas certíssima está você: homem eu não divido não. Quer outra vaca, então adeus. Não tento passar uma aparência de mulher moderna, não, porque sou uma vaca à moda antiga... Mas não sou adepta do modelo "Ame e dê vexame" de certas mulheres. Vaca que pega muito no pé (e CLARO que isso serve para eles também. E como serve!) do cara, acaba ficando chata... Liga toda hora, desconfia demais, checa álibis, fuça orkut, lê os torpedos, verifica telefonemas do celular dele, não dá espaço, vai onde não deve ir... Quem procura, acha... Pode ser que não ache a traição. Mas ache uma maneira de mostrar cara o quão chata ela é...

Adoro seus comentários! Beijos!

19 de julho de 2007 às 12:48  
Blogger Ana Paula disse...

DM, querida, saudades e ciúmes... Temperos do amor, né? E ai dele que resolva pastar na grama alheia,hein, amiga?

Dizem que ódio e amor andam juntos. Duas faces da mesma moeda... Sei não. Mas olha, estou com você... O contrário de amor é desamor... Indiferença... Terrível!

19 de julho de 2007 às 13:02  
Anonymous Anônimo disse...

Só uma histórinha dos meus tempos de Ciumenta-Doente:

Namorava um dentista metido e LINDO! E ele sabia q era. E as pacientes, não eram cegas. Mas eu era meio exagerada. Certa feita, encanei q uma bunitinha tava flertando com ele (limpeza nos dentes depois das 7 da noite pois ela só tinha este horario???).

Fui la conferir. Estatelei dentro do consultório, perguntei se ela se importava e fiquei lá. Coitado do meu ex q ficou com a cara no chão né? Mas estas táticas são infantis e controladoras. Não adiantou nada pois depois fiquei sabendo q ele me traía com outras, mas aí ja é outra história...

Não adianta a marcação cerrada! Uma coisa é CONTROLE TOTAL da vida da pessoa amada e outra é CIUMES!

Como eu disse, a gente aprende a dosar as coisinhas aos poucos. Um dia eu chego lá.

19 de julho de 2007 às 13:46  
Blogger Sarah Rubia Nunes disse...

AP,
descer do salto pra mim não significa dar vexame, mas dizer de forma bem clara que não gostou de uma situção. Geralmente quando a mulher faz isso é tida como ciumenta pela maioria, alguns bois não tem simancol, e acham que são o centro de uma briga(não de fato) feminina por sua posse, e conta a todos como a vaca xiou, orgulhoso do fato, coitados.
Ahhhh lembrei, existe uma diferença entre ciume e constatação de fatos para enfim consumar a morte de tal relacionamento, já fiz isso de fuxicar a intimidade e te garanto que não vale a pena, se é so por ciumes se trate é patologico, agora se é seu sexto sentido e tem fundamentos, é melhor cair fora antes que vc, a unica vaquinha prejudicada se machuque.

19 de julho de 2007 às 14:12  
Blogger Ana Paula disse...

Lady... Também ser desencanada demais não nos leva a nada... Durante uma boa parte do meu casamento eu acreditei que bastava confiar. Aí, quando dei por mim, meu ex-marido tinha outra durante quase todo o meu casamento... Perdoei e... Traição de novo... com a mesma! Então hoje penso que já é lucro se eu não fiquei traumatizada e ainda consigo controlar meus impulsos de ter ataques de ciúme...

Eu e ela... Ah, quando falei do vexame, não estava falando de você. Falava das ciumentas em geral, aquelas que dão barraco. Eu tenho uma certa dificuldade de descer do salto... Quase sempre estou no pedestal. Pura defesa. Defesa besta, mas defesa.

19 de julho de 2007 às 17:51  
Blogger Beth disse...

Graças a Deus ... ciume passou longe de mim ... aliás nunca bateu na minha porta ... !!!
Me estressar por causa de homem? A fila anda ... e anda bem e rápido. Enquanto ele olha para a "bunda" dela, tem milhares deles olhando para a minha. Ahhhhh ... tô fora de ciúme.

Eu hein?? Gasto de energia a toa.

20 de julho de 2007 às 22:17  
Blogger Ana Paula disse...

A-DO-REI, vou fazer mais exercícios para a levantar a minha bunda... Por que se ele olhar para a de outra, milhares estarão olhando pra minha, hahaha!

21 de julho de 2007 às 14:04  
Anonymous Anônimo disse...

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