quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A FRAGILIDADE DAS RELAÇÕES BOVINAS


Em tempos de concorrência acirrada na tida fauna bovina de ambos os sexos e até do tido como "terceiro-sexo”, porque não, o que sempre todos parecem estar a desejar e almejar, é se agregar, com um boi ou uma vaca que mais ou menos venha a preencher alguns dos mínimos requisitos básicos particulares à aspiração de cada um, para com este vir a se manter um relacionamento bovino, tido como estável. (Assim entendido não só os casamentos e/ou a relações institucionalizadas, ainda que na esfera informal, mas também os namoros e rolos bovinos, paqueras e afins.) Porque simplesmente é de nossa natureza, essa condição natural de querer viver agregados uns aos outros. E porque também, um “bom rolo”, com um boi ou uma vaca de qualidade, que porventura se perpetue nessa nossa abstração temporal, é tudo de bom mesmo.

Colegas de rebanho hoje na singular condição de desparceirados(as), solteiros, divorciados ou simplesmente alone ainda que de forma circunstancial ou casual, ou até mesmo por opção, sistematicamente estão aqui a “mugir” em alto e bom tom, sobre as dificuldades e as constantes intempéres e desventuras enfrentadas às vezes até com sofreguidão, nessa busca por vezes insana e infindável de um parceiro(a) ideal, e que se identifique plenamente com os nossos anseios. Mas já vou logo avisando de antemão: Não existe esse tão sonhado e aspirado parceiro ou parceira ideal. Por certo devem existir muitos parceiros de rebanho, que até chegam muito perto dessa nossa almejada condição Mas ideal, ideal mesmo, só no mundo da “ficção bovina” e olhe lá!

Mas ainda que existam essas relatadas dificuldades para se encontrar ou se deparar com o boi ou a vaca dos "nossos sonhos" tidos como ideais às nossas aspirações (sou vaca hoje circunstancialmente e por opção própria fora do mercado bovino, mas nem por isso alienada ao mundo ao redor) vislumbro maiores dificuldades ainda, em se manter uma relação já tida como estabilizada. Daí a intercorrente e providencial expressa referência à fragilidade desse tipo de relação, que parece sempre, diariamente estar sendo colocada em prova !

Enganam-se os bois e vacas que pensam, que relações aparentemente estáveis e "seculares" se mostram fáceis nos dias de hoje, de serem mantidas, pois nelas, estão presentes a mesma concorrência e muitos reveses, tanto quanto nos meios dos bovinos solteiros.

Porque parece sempre existir vacas e bois estranhos à citada relação, em permanente “plantão” e tocaia, à espreita desses currais alheios, assim considerados estáveis. Será isso tudo, pelo prazer de uma mera transgressão bovina, ou ainda pelo simples exercício do venal pecado da inveja, porque invariavelmente uma certa felicidade alheia simplesmente parece incomodar alguns bovinos por certo, mais pobres de espírito? Ou a implacável concorrência e insatisfação no mundo dos solteiros, arrebatou esses bovinos para o lado dos tidos como já comprometidos ?

Não bastasse essa cruel e por vezes velada concorrência desleal, o cotidiano de uma relação considerada estável, parece também estar sempre a insistir em arranhar e macular a mesma.

Sim queridos, porque nem sempre, é fácil parecer uma vaca ou boi “sexys” em tempo integral. Ou mesmo dotados de bom-humor "full-time", e com um certo ar de despojamento e compreensão eternos, para com o boi ou a vaca companheiro de sempre do rebanho!

E é justamente nesse ponto, que reside à citada fragilidade de todas as relações humanas!

Bovinos e bovinas que vivenciam relações estáveis, a exemplo dos bovinos solteiros, se encontram também em um constante processo mutante, de “se apaixonar e desapaixonar”, só que diuturno e intinterrupto, e que se dá sempre entre os mesmos protagonistas, que ali permanecem resolutos e imutáveis, ainda que por opção, mesmo com o passar dos ventos! E são estes, certamente aqueles bois e vacas, que um dia se teve à inusitada surpresa e alegria de encontrar em meio aos currais da vida e que por opção conjunta de vida, se resolveu dividi-la.

Mas querem saber mesmo, de uma coisa ? Não existem mesmo relações bovinas “estáveis”. Em torno de qualquer relação sempre paira um certo ar de instabilidade e fragilidade, e constantes dúvidas e incertezas!
Tolerância, compreensão, amizade, lealdade, respeito amor e até o velho tesão além, é claro do sempre indispensável “jogo de cintura bovina” por certo são ingredientes e condimentos que podem perpetuar uma relação no tempo, para que elas não se fragilizem demais, mas até aí ...
Estáveis ou não estáveis, "singles" ou não, a única certeza que se pode ter, é de que estamos todos no mesmo barco e na mesma luta, cada um a seu modo, em busca de felicidade e realizações pessoais com outros bois e vacas , e convenhamos tarefa essa, que nos dias de hoje, não anda nada fácil, mesmo !

16 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Ai DM! Um boi para chamar de meu, com estabilidade no relacionamento? Utópico. Sou desconfiada quando o assunto é *Relação Estável*. Ja fui noiva duas vezes e desisti das duas empreitadas na escadaria da igreja, praticamente. E por motivos inexplicáveis a olho nu! Minhas relações eram consideradas estáveis.

Ha muitos fatores, várias agravantes e atenuantes (olha a linguagem causídica impregnada em minhas entranhas!)que fazem com que vc tome a decisão de se AGREGAR! Tem q gostar muito pois como vossa excelencia mencionou nos autos (ai, meu deus!) hj em dia a concorrencia é desleal e não se utiliza de probidade (Probidade?) ao deparar-se com famigerado boi comprometido ou já agregado.

* Mas deixa eu parar por aqui que meu estagiário veio me trazer uma trufa. E hj eu to apta a descarrilhar do trilho e pegar o caminho do Fórum (hehehe)

PS: Spiderman quer conversar comigo. Não prevejo nada bom. Engenheiros civis nunca falam coisas boas qdo querem *ter uma conversa*. Sempre vem com "Acho q temos um serio problema do desenolvimento da obra"... Seja o q deus quiser!

15 de agosto de 2007 às 08:55  
Blogger Ricardo Rayol disse...

Instabilidade e fragilidade, duas palavras que resumem tudo. Mandou muito bem na análise.

15 de agosto de 2007 às 09:26  
Anonymous Anônimo disse...

Instabilidade, fragilidade (e por que não estabilidade?). Puras características de um relacionamento humano. Pessoas são assim mesmo. Pessoas amam hoje e deixam de amar amanhã. Pessoas gostam de algo hoje e amanhã já nem se lembram mais. Somos criaturas mutantes, aprendemos, crescemos e mudamos. Mudamos nossos pensamentos, nossos princípios e também os nossos sentimentos.

Acho que a grande dificuldade encontrada é: aproveitar ao máximo uma relação mesmo sabendo que ela pode terminar amanhã.

Até há pouco tempo eu acreditava que um amor poderia durar para sempre. Hoje, eu torço para que ele seja eterno enquanto dure.

Beijos!

15 de agosto de 2007 às 09:59  
Anonymous Anônimo disse...

Sabe qual é o grande problema?
Estou com o Wolve e não abro! O importante é beijar na boca e ser feliz. E não ter medo de tentar acertar sempre.

Idem Lady no primeiro parágrafo e não me arrependo de nada. Sou feliz prá cacete.


Bjs ........ hj estou enrolada

15 de agosto de 2007 às 10:34  
Anonymous Anônimo disse...

Lady .... abre aspas no coment anterior: Acredito em estabilidade com felicidade, mas acima de tudo dignidade e amor próprio.

Beijinhos em todos

......... vou lá numa trip rápida!!!

15 de agosto de 2007 às 10:39  
Blogger Ana Paula disse...

Ai, ai, suspirando aqui... Não existe Príncipe Encantdo. Nem eu sou a Cinderela. Então, de pés no chão, com ou sem salto (que polêmica, hein, amiga?), digo que não sou instável (um caso não descoberto de TOC, hahahaha!) e sei que o equilíbrio dos relacionamentos mora na tentativa de os fazermos estáveis. Tentativa não quer dizer sucesso... Mas sempre procuro alguém um pouquinho mais equilibrado que eu, pra ver se dá uma equilibrada.

Outra: às vezes há mais estabilidade num relacionamento aberto do que num casamento formal. A gente é que complica as coisas (digo eu, vestindo a carapuça!), com essa mania de querer logo oficalizar.

Outra, me apaixono e desapaixono sempre. Isso é uma delícia. Começar, recomeçar. Frio na barriga.

Ah, e tem gente que nem procura relacionamentos. Tem gente que gosta de estar solteira. Sem falar dos casados que suspiram por liberdade. a grande verdade é que nunca estamos 100% satisfeitos com o que temos. Só o Dalai Lama deve estar.

Mandou bem, amiga. Beijos.

15 de agosto de 2007 às 10:40  
Blogger Ricardo Rayol disse...

Relacionamento aberto é uma seara de situações complexas, deve-se tomar muito cuidado até onde vai essa abertura.

E é ótimo apaixonar-se e desapaixonar-se.

15 de agosto de 2007 às 10:52  
Anonymous Anônimo disse...

Eu acho que é questão de opção.
Quando se opta por estar com aquela certa pessoa, por gosto, por vontade, e vice versa, não há que se preocupar com "ladrões de gado" ou qualquer outra coisa.

E sobre não se estar com ninguém é por opção tbm, porque "caça" é o que não falta por ai.

Seu texto ficou bom demais.

Beijo

15 de agosto de 2007 às 11:15  
Blogger Ácido Cloridrix HCL disse...

Uauuu,,, adorei esse post,,,, se permitires poderei linkar-te lá no meu burgo,,,,Para já,,,, venho informar que estão respondidos e anexados ao Dicionário do Sexo todos os comentários às letras A e B (abstinência e bisexualidade),,,,, e que abrimos mais um debate na Letra C – Cunilingus!!!! Como sempre, gostaríamos de ter o teu sábio comentário e voto na matéria….. Obrigado,,,, HCL …. Link: http://sexohumorprazer.blogspot.com/2007/08/dicionrio-do-sexo.html

15 de agosto de 2007 às 11:49  
Blogger Logan Araujo disse...

Este é uma maravilhoso tema para o dia do solteiro, a fragilidade das relações é inversamente proporcional ao auto-conhecimento e a capacidade de pôr-se no lugar do outro, mas diretamente proporcional as dificuldades financeiras, a ação de bovinos(as) solteiros(as) em atividade hostil, as insegurança,etc.
Como não temos controle sobre essas ultimas variáveis temos que investir na primeira equação, auto-conhecimento e empatia não resolve mas ajuda.

15 de agosto de 2007 às 12:22  
Blogger DM disse...

Belos comentários em gente, adorei todos ....

Ana infelizente só depois de levar muito na "cabeça" é que a gente aprende que não existem bois nem vacas encantados ... Apaixonar-se e desapaixonar-se diáriamente solteiros ou não, como bem disse o Wolf, é questão de auto-conhecimento, conhecimento dos outros e um simples exercício de viver ...

Gente, nem sabia que hoje era dia dos solteiros, festejem, bebeborem As vezes acho que solteiriçe é um "estado" de espiríto, mesmo com alguém, as vezes nos sentimos sós .. Mas isso já é papo para outro "post" ....

Lady: Spider querendo DR (Leia-se discutir a relação ? Eta aranha complicado esse, bom é dos poucos bois que conheço, que toma a iniciativa de uma DR ....No mínimo estranho... Firme e forte Lady, e sem descer do salto, venha a teia que vier por aí !!! Manda notícias ...

Ricardo: Não aposto nem acredito em relações abertas .... sempre dá zica .... Será que existem bois e vacas que conseguem numa boa ?
Em minha modesta opinião
Papo prá boi dormir !

15 de agosto de 2007 às 14:26  
Blogger Ácido Cloridrix HCL disse...

Adorei este Blog,,,, obrigado pela visita lá no nosso Burgo,,,, dedico-te este poema,,,

"Vacas"

Toda vaca que se preza
Carrega um barulhento sino
A cada lugar que pasta
Chama a atenção da boiada
O boi ordeiro, o boi bagunceiro
Todo lugar que a vaca passa
Precisa chamar a atenção de tudo que é macho

A vaca é um bicho tão manso
Mas precisa carregar uma sina
Um sino que refrata o marasmo do campo
Acorda e devassa o pasto, o passo sereno
Do boi, o boi preto, o boi branco
Toda vaca, mesmo em silêncio, é barulhenta
Precisa chamar
A atenção dos machos
Vaca safada, vaca lazarenta

Vacas precisam de sinos
Vacas precisam de machos
Machos são a sua sina
Vaca lazarenta de feia
Vaca lazarenta de burra
Tua sina é morrer pelos machos
O teu sino parará de soar na tua morte...

(Eder Luis Tomokazu Kamitani)

15 de agosto de 2007 às 15:37  
Blogger DM disse...

Acidoclodridix - Na proxima vez só escreverei ácido !

Adorei o poema, e a sincera homenagem, só não gostei do final, com tudo, com tudo, vacas são mesmo simpáticas e pacíficas, e adoram bois .... Mas não provoquem muito e com a tal da febre .... ficam literalmente loucas !!!!

15 de agosto de 2007 às 16:33  
Anonymous Anônimo disse...

Adorei este poema "Vacóreo"...

Achei super italiano de Milão, rico e phynno!

Muito franca, viu? Tão sem culpa, muito digno e "corpóreo" (agora aguenta, Rayol, adorei a palavra nova. Vou usa-la até gastar).

Um dia serei uma vaca Corpórea!
Lady Corpórea rules!

16 de agosto de 2007 às 10:22  
Anonymous Anônimo disse...

Foi mal...

O adjetivo certo é:
INcorpórea!

Vou ver qual dos dosi quero ser...
DICTIONARY rules!

16 de agosto de 2007 às 10:29  
Blogger Luma Rosa disse...

A vida por si só é frágil! Nada como viver um dia após o outro! Se eu pensar nas fragilidades das relações, fico louca! Beijus

16 de agosto de 2007 às 15:31  

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