VACAS E BOIS BORRALHEIROS
Lembram-se daquela mais do que clássica historinha infantil, dirigida ao rebanho feminino, intitulada a “vaca-Cinderela”, que graças a um adorável e providencial príncipe boi-encantado, e a seu minúsculo e elegante pezinho de vaca, deixou de ser borralheira e virou princesa do dia para noite?
Pois é, mas em currais tidos como modernos, a sinopse da citada fábula infantil, costuma invariavelmente acontecer às avessas.
A coisa se agrava de sobremaneira, quando as literalmente “vacas-domésticas”, auxiliares de um curral qualquer de classe média, deixam de forma irresponsável de comparecer ao trabalho, acumulando então as tidas como “princesas vacas", toda a sorte de tarefas domésticas.
Não bastasse, nestas condições, as sempre presentes pautas de compromissos profissionais que as vacas modernas agora assumem naturalmente para si, mais os cuidados com a prole, e com o boi-litisconsorte, acumulam ainda essas pobres-vacas-princesas, em situações como a citada (ausência das vacas domésticas auxiliares), o árduo, estressante, alienante e repetitivo, mas não menos indispensável: serviço doméstico do curral. O qual diga-se de passagem só é notado e valorizado, por seus co-habitantes (leia-se bois) quando não realizado a contento.
Pois é, nessa semana que passou (pós-feriadão) me vi literalmente na situação da tal princesa-cinderela às avessas, ou seja, a tal da vaca ficcional, em seu status quo anterior à condição de princesa, a vaca-borralheira, mesmo!
A vaca aqui, literalmente passou, lavou, cozinhou, limpou e exorcizou de todas as formas, a indigesta “neura” da limpeza, tudo por conta de uma vaca de profissão-doméstica que literalmente deixou o curral na contra-mão.
Por conta de tais revezes inesperado, trabalhos se acumularam, o humor e a paciência da vaca baixaram a índices inferiores à zero, o que veio a gerar instabilidades e estremecimentos nas relações cotidianas do curral e no próprio andamento do mesmo.
Assim, a vaca se viu ainda que à contragosto na condição de vaca-borralheira, mesmo calçando sapatos 34! E, o tal do boi-príncipe com o sapatinho encantado transformador de sua condição, não apareceu, aliás sequer deu o mínimo sinal de vida!
Por isso vacas, esperar ou contar com o tal do príncipe em situações como a relatada, só na fábula mesmo. Vida de vaca moderna é ser borralheira, advogada, jornalista, mãe, administradora de empresas (sim, porque gerenciar uma casa equivale a gerenciar uma empresa, resguardadas as devidas proporções é claro), e tudo isso exaure por demais qualquer vaca, por mais pacata, responsável e “prendada” que ela costume ser!
Nesses dias de vaca-borralheira, nutri uma secreta inveja branca dos companheiros de rebanho! Em alguns momentos de fraqueza e raiva, e em meio a tantas tarefas domésticas e profissionais acumuladas, repudiei minha condição de “mulher” gerenciadora de tudo! Queria mesmo era ter nascido boi, batendo solenemente o portão do curral em direção ao trabalho, e o curral que ficasse do jeito que estivesse! Mas aos poucos, a vida foi retornando ao seu ritmo normal (finalmente a vaca da doméstica apareceu), e a repentina loucura de vaca-borralheira passou.
De qualquer maneira, ainda não tive a sorte, de conhecer nenhum boi da raríssima “raça-borralheiro”, se é que essa raça bovina masculina de fato, exista!
Talvez a salvação da espécie bovina, e da perpetuação no tempo de currais institucionais modernos, resida, quem sabe,justamente em cima de tal premissa, dentre tantas outras: Em “bois-borralheiros” que dividam irmamente, e de igual para igual com suas vacas toda a sorte de tarefa !
DM (re-postado por AP, devido a problemas técnicos!)
Pois é, mas em currais tidos como modernos, a sinopse da citada fábula infantil, costuma invariavelmente acontecer às avessas.
A coisa se agrava de sobremaneira, quando as literalmente “vacas-domésticas”, auxiliares de um curral qualquer de classe média, deixam de forma irresponsável de comparecer ao trabalho, acumulando então as tidas como “princesas vacas", toda a sorte de tarefas domésticas.
Não bastasse, nestas condições, as sempre presentes pautas de compromissos profissionais que as vacas modernas agora assumem naturalmente para si, mais os cuidados com a prole, e com o boi-litisconsorte, acumulam ainda essas pobres-vacas-princesas, em situações como a citada (ausência das vacas domésticas auxiliares), o árduo, estressante, alienante e repetitivo, mas não menos indispensável: serviço doméstico do curral. O qual diga-se de passagem só é notado e valorizado, por seus co-habitantes (leia-se bois) quando não realizado a contento.
Pois é, nessa semana que passou (pós-feriadão) me vi literalmente na situação da tal princesa-cinderela às avessas, ou seja, a tal da vaca ficcional, em seu status quo anterior à condição de princesa, a vaca-borralheira, mesmo!
A vaca aqui, literalmente passou, lavou, cozinhou, limpou e exorcizou de todas as formas, a indigesta “neura” da limpeza, tudo por conta de uma vaca de profissão-doméstica que literalmente deixou o curral na contra-mão.
Por conta de tais revezes inesperado, trabalhos se acumularam, o humor e a paciência da vaca baixaram a índices inferiores à zero, o que veio a gerar instabilidades e estremecimentos nas relações cotidianas do curral e no próprio andamento do mesmo.
Assim, a vaca se viu ainda que à contragosto na condição de vaca-borralheira, mesmo calçando sapatos 34! E, o tal do boi-príncipe com o sapatinho encantado transformador de sua condição, não apareceu, aliás sequer deu o mínimo sinal de vida!
Por isso vacas, esperar ou contar com o tal do príncipe em situações como a relatada, só na fábula mesmo. Vida de vaca moderna é ser borralheira, advogada, jornalista, mãe, administradora de empresas (sim, porque gerenciar uma casa equivale a gerenciar uma empresa, resguardadas as devidas proporções é claro), e tudo isso exaure por demais qualquer vaca, por mais pacata, responsável e “prendada” que ela costume ser!
Nesses dias de vaca-borralheira, nutri uma secreta inveja branca dos companheiros de rebanho! Em alguns momentos de fraqueza e raiva, e em meio a tantas tarefas domésticas e profissionais acumuladas, repudiei minha condição de “mulher” gerenciadora de tudo! Queria mesmo era ter nascido boi, batendo solenemente o portão do curral em direção ao trabalho, e o curral que ficasse do jeito que estivesse! Mas aos poucos, a vida foi retornando ao seu ritmo normal (finalmente a vaca da doméstica apareceu), e a repentina loucura de vaca-borralheira passou.
De qualquer maneira, ainda não tive a sorte, de conhecer nenhum boi da raríssima “raça-borralheiro”, se é que essa raça bovina masculina de fato, exista!
Talvez a salvação da espécie bovina, e da perpetuação no tempo de currais institucionais modernos, resida, quem sabe,justamente em cima de tal premissa, dentre tantas outras: Em “bois-borralheiros” que dividam irmamente, e de igual para igual com suas vacas toda a sorte de tarefa !
DM (re-postado por AP, devido a problemas técnicos!)
11 Comentários:
Por essas e outras que eu odeio as convenções sociais. Eu sou um boi que gosta de ajudar nas tarefas domésticas - lógico que tem coisas que eu odeio, mas até aí somos (homens e mulheres) iguais.
Aliás, aprendi a cozinhar (bem, modéstia à parte) a partir das necessidades que a vida impôs, quando minha mãe saiu de casa pra trabalhar e as crias tiveram que aprender a se virar senão morriam de fome hehehe.
Abraços
eu preciso de um boi-borralheiro que goste de cozinhar e não tenha nojo de pano de chão... rsrs... o resto eu faço na boa.. rsrs
Beijos Aninha
A minha opinião é a seguinte: alguém tem que fazer o trabalho. Não importa se é o homem ou a mulher. Como gosto de tudo bem-feito, organizado e bem limpinho, faço logo. Sem polêmica. Sem showzinho.
E acredito em homens que fazem trabalhos domésticos, sim. Já conheci alguns. Cozinham (amo homem que cozinha!!!), cuidam da casa...
Acho que aquela coisa de homem que não faz nada existe, mas está a caminho de acabar.
Leu meu e-mail?
Beijos!
AP, SEI EU LÁ QUE ZICA DEU NESTA POSTAGEM ! OBRIGADA PELAS CORREÇÕES... AGORA QUE ABRI O BLOG, TODOS OS TEXTOS, ESTÃO COM AQUELES SINAIS ESTRANHOS ... AS VEZES ACONTEÇE, DEVE SER COISA DE PROVEDOR ...
QUANTO AOS COMENTÁRIOS, NÃO TENHO DE BRONCA NÃO DE SERVIÇO DOMÉSTICO, FAÇO TUDO QUE FOR PRECISO EM UMA CASA.... MAS AS COISAS SE ACUMULARAM PRO AQUI DE FORMA ABSURDA, VOLTA DO FERIADO TREZENTAS ROUPAS PRÁ LAVAR, CASA SUJA (COM PÓ), ENFIM UM HORROR ...
COMO ERIKA APRECIARIA MUITO UM BOI-BORRALHEIRO, MAS ATÉ HOJE SÓ CONHECI E CONVIVI COM OS DA ESPÉCIE DEITADOS... E EM SITUAÇÕES COMO A RELATADA, ELES SÃO MUITO IRRITANTES ..... DE TIRAR QUALQUER VACA DO SÉRIO !!!
BEIJOS EM TODOS
Moça DM, dois conselhos de amigo: não escreva em letras maiusculas. Na internet isso equivale a gritos. Fica difícil de ler e não é educado.
Problemas tecnicos de blog? comente por e-mail com a co-autora do mesmo.
No mais... faça textos menores. Vc escreve bem, mas quase não cheguei ao final.
Dêzinha, minha santa! Fiquei preocupada contigo... Que história é essa:"Queria mesmo era ter nascido boi..." Deus te livre de tamanho castigo! Já penssasse que se tu tivesse nascido homem, não teria conseguido realizar nem 1/3 dos teus TANTOS afazeres... Ahahahahahahahaha
Brincadeira, gente, alguns, são até bem competentes no auxílio as suas princesas.
É por essas e outras que eu nunca brinquei de ser Cinderela, que se matava no borralho, sempre preferi a Branca de Neve, suave, serena, languida, linda, tirando um cochilinho, descansando a pele, os olhos, já devidamente maquiada e chapada(chapinha gente, chapinha)enquanto aguardava seu príncipe-boi-sapo encantado.
Bom dia!
Dô
Aninha, o negócio é ter mesmo emprevaca. Ninguém no mundo merece ter que chegar em casa e fazer limpeza. Eu lavo louça, arrumo cama, essas coisas básicas durante a semana. Mas quem pega no batente aqui no curral é mesmo a Jô. Aliás, ela não só pega no batente como ela quebra o batente as vezes.
Muuuito bom isso aqui, viu???
Ri pouco, não?
Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
Confesso que não sei nem limpar a casa ,nem cozinhar legal.faço um cozido igual minha tia avó:leva tudo:carne,vegetais e banana da terra.dá o maior caldo.dura 3 dias.mas tambem é só.é falta de jeito.faço um café legalmas a moça tem que limpar tudo depois,sou um pleonasmo ambulante:não limpo,mas não suporto sujeira.me viro mas pago alguem pra fazer,desde sempre.
Como uma vaca,minha amiga,sentenciou:vaca sabe sair legal de um relacionamento,boi não.É que vaca,quando é bezerrinha brinca de casinha,boi não.Então quando separa,fica perdidinho!AP ,quando der inveja pense que um boi sozinho não consegue nem sair da cama,pra não ver a zona que está a casa!E só na segunda chega a empregada!Ufa....daí fica bão pro boi!Tõ entrando pq tinha furo na cerca,tá ligada?abs.
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