quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

CARNAVAL BOVINO

Diferentemente do Natal e do Reveillon, festas tidas como essencialmente família, onde elevamos nossos corações aos mais nobres pensamentos humanos, enaltecendo anjos, santos e afins, o carnaval Bovino, que precede essas datas, parece vir na contra-mão dessas louváveis histórias angelicais. Pois nessa festa, mais do que pagã, a regra é enaltecer e/ou exorcizar nossos “demônios bovinos” interiores. E atire a primeira pedra o boi ou a vaca que ouse dizer que não os tenha!

Carnaval poderia muito bem ser considerado uma festa equiparável à chuva ou a ópera. Ou você entra para se molhar, ou não entra. Ou ama, ou detesta. Não se vislumbra, portanto, em qualquer contexto carnavalesco, um meio-termo adequado a essa saudável folia pagã, onde aparentemente, tudo parece ser permitido e ninguém é de ninguém.

NECESSÁRIOS PARÊNTESES: Para os bovinos mais incautos, eu disse: aparentemente e tudo parece, OK?

Apesar de sempre haver adotado, ao longo da vida e em qualquer seara desta, posturas sempre tidas como politicamente corretas e até tranqüilas e serenas, não tenho vergonha de assumir com todas as letras esse meu lado de vaca demoníaca-carnavalesca, supostamente não aparente: amo essa “festa-louca” em todos as suas variações, e a alegria por vezes "desmesurada” de seus protagonistas!

Explicações plausíveis para o fato, só podem advir mesmo por conta de uma certa herança-genética (ramo da ciência que acredito piamente), já que toda minha linha ascendente, sem qualquer exclusão, foi repleta de bois e vacas foliões de primeira grandeza, em suas, por certo, memoráveis épocas. As avós e tias, desde que me conheço por gente, não perdiam in loco o desfile das escolas de samba cariocas. Papai e mamãe, por seu turno, sempre relataram de forma saudosista seus épicos bailes de salão, onde, fantasiados e mascarados, deviam aprontar todas, ainda mais com o plus do acessório lança-perfume, item ainda não proibido na época. Assim, acredito que essa particular e especial devoção à festa em si só pode mesmo estar ligada a razões co-sanguíneas!

Agora, convenhamos: trata-se de uma festa contagiante ao primeiro eco de um tamborim. Absolutamente democrática e mais do que popular, onde todos, indistintamente e independente da cor, da raça, do sexo ou da religião, pulam, dançam, cantam, se divertem e esquecem literalmente das mazelas da vida. E, ainda, freneticamente se permitem travestir do que bem entender, para todo esse delírio e fantasia coletiva, se acabar irremediavelmente na quarta-feira de cinzas, data mais do que determinante do efetivo começo do ano oficial brasileiro.

Exceção feita é claro, ao carnaval do nordeste do país. Aliás, até hoje, nunca entendi muito bem, sem qualquer preconceito, exatamente quando, o carnaval começa e termina em alguns estados da federação.

Por isso me permito aqui confessar a todos vocês que já vivi, sim, grandes carnavais, em bailes de salão, em minha juventude em Porto Alegre. E só por haver me permitido vivenciar tais folias, assisti cenas para lá de impagáveis. Como, por exemplo, na ocasião em que encontrei em um desses bailes, meu ex-chefe. Um cara sisudo e arrogante em seu cotidiano normal, surpreendemente travestido de Flintstone! Algo absolutamente surreal e que na época me rendeu copiosas risadas quando do retorno ao trabalho, principalmente quando me deparava com aquele boi despótico, engravatado e engomado, nos corredores da empresa e que por conta de um ensaio carnavalesco mais do que elaborado, se permitiu se transformar do dia para noite em nada mais, nada menos, do que no Fred Flintstone. “IABADABADÚÚÚUUU”! Só mesmo em um Carnaval!

Sorte minha que no tal baile, o chefe em questão, não avistou a “Adevogada” da empresa costumizada de “Mulher-Gato”, ou se a viu, pelo menos não a identificou! Salva do mico bovino pela providencial máscara negra, da antagonista do Batman! HÁHÁHÁ!

Mas carnaval é isso mesmo, todo o mico será sempre justificável, por razões que a própria razão desconhece, sendo, justamente este, o espírito e a essência da festa!

Por isso mesmo, só por conta de ontológicos bailes carnavalescos vivenciados na infância e juventude, pude me transformar em várias mulheres diferentes, sempre presentes no imaginário bovino feminino, sem medo de ser feliz ! Já fui espanhola, Colombina, lady antiga, Maria Antonieta, gueixa, melindrosa, anti-heroína, índia Pocahontas e por aí vai! Tudo muito divertido e absolutamente inesquecível!

Agora, haver “saído” no carnaval, de “COW-WOMAN”, não me lembro não ...

Acho que me permito ser VACA, só por aqui mesmo !Por tanto a ordem dos próximos dias como manda o premiadíssimo e inesquecível samba-enredo, consiste em : Explodir o coração, na maior felicidade!

Muito “COW-POWER” para todos vocês, sejam foliões ou não. À boiada de plantão, só posso desejar um ótimo e esplendoroso carnaval!

12 Comentários:

Blogger Ricardo Rayol disse...

como detesto carnaval não opino.

31 de janeiro de 2008 às 12:44  
Blogger MH disse...

VOCE ACABOU DE SER PREMIADO (A) COM UMA FANTASTICA INDICAO EM MEU BLOG. PASSE LA E RETIRE SEU PREMIO O MAIS BREVE POSSIVEL.
ESSA BOMBA VAI EXPLODIR EM 3 SEGUNDOS. 3…2…1….(Katabluf!!!)

31 de janeiro de 2008 às 14:28  
Blogger Mavi disse...

No interior de São Paulo o povo só se fantasia quando criança, pelo menos é o que lembro... Daí ficamos adultos e caipiras e não usamos mais fantasias, exceto as de sempre.

31 de janeiro de 2008 às 15:38  
Anonymous Anônimo disse...

Imagine quem possa escapar:o par dança e canta ao som de uma antiga música de carnaval,mas ainda um hot:"A noite é linda nos braços seus é cedo ainda pra dizer adeus....etc...etc..."é impossível não rolar nada....é explícito...desejável...e infinito enquanto duro....parabéns

31 de janeiro de 2008 às 17:07  
Anonymous Anônimo disse...

Eu adorava Carnaval quando era criança, agora não gosto muito nem, as ruas ficam perigosas pra mulheres no carnaval, quando a concentração de bebados tarados eleva-se ao extremo u.u

1 de fevereiro de 2008 às 05:03  
Blogger Beth disse...

Menina! Nem viajei ainda...estou em cólicas com a facul que a menos de 1 semana das aulas ainda não liberou minha grade/horário para esse semestre!

Mas vamos lá: AMODORO carnaval - os blocos de rua, o frevo, os trios na bahia. Adoro é estar na rua cantando "Olha a cabeleira do Zezé...será que ele é...será que ele é"...ou ficar correndo atrás do trio (sou chicleteira). E por falar nisso...surpresa de carnaval foi quando fui ver a Banda de Ipanema e dei de cara com meu ex-namorado de adolescencia (tipo 15 anos) mega gayzaço, soltando todas as plumas disponíveis da Casa Turuna! O bofe quando me viu soltou um "Hello Taylor" e saiu me arrastando pelo meio do bloco de bibas e sapatas. Ainda apareci no RJTV e JN daquele ano! Que mico inesquecivel - agarrada ao ex-namorado gay, com Milton Cunha pendurado no meu cangote em rede regional e nacional! A faculdade inteira me ligando e querendo saber quem era o bofe. Putz...explicar que o bofe tinha virado biba foi o mico do ano. Afff....hehehehehehe!!!

AO CURRAL: BOM CARNAVAL, BOA FOLIA OU BOM DESCANSO!!!

PS: DM não mudou nada. as carinhas é frescurite mesmo!!!

1 de fevereiro de 2008 às 07:58  
Anonymous Anônimo disse...

Digníssima DM, que saudades!

Fico muito feliz por tê-la inspirado no post anterior, onde aquela vaca nojenta assediava seu boi! Vc foi phynna, e muito digna! Um LUXO! Italianíssima e de Milano...

Agora quanto ao Carnaval, fiquei curiosa com a cena da mulher-gato! Uma aDEvogada nestes trajes sadomasô (ou quse isso, né?) não iria provocar risos do seu chefe não. Provocaria a cobiça! E que Sanata Madonna Ciccone nos proteja a todas!

Carnival RULES!

1 de fevereiro de 2008 às 15:45  
Anonymous Anônimo disse...

Nossa, eu amo carnaval!! Ja fui a mtos bailes de salao... ja corri atras de mto trio!!! Mas esse ano quero sombra e agua fresca!! To indo pro sitio, descansar mto!!!
Beijos, Dani

3 de fevereiro de 2008 às 04:51  
Anonymous Anônimo disse...

Estou no grupo oposto: Dos que odeia o carnaval...

4 de fevereiro de 2008 às 19:43  
Blogger MH disse...

Nao amo carnaval, nao. Mas acho que ele é fundamental. E hora de soltar a franga, de liberar o lado B (uia), hora de se vestir de Fred Flintstone sem medo de ser ridiculo (e olha que é pra la de ridiculo rsrsrsrsrs). ja curti momentos ipagaveis no carnaval, por isso, acho que ele e fundametal.
chora cavacooooooooooooo

6 de fevereiro de 2008 às 16:15  
Blogger CDAD disse...

Eu não gosto de carnaval, desde uma vez em que fui com um grupo de amigos na Sociedade Esportiva do Palmeiras (onde erámos sócios), e, teve uma briga horrível por conta de bebida. Perdi todo o tesão em carnaval, só se fosse prá ver algum desfile. Bjs.

7 de fevereiro de 2008 às 14:05  
Blogger Violeiro disse...

Eu,que moro na Vinícius,acredito que todas,acaso encontrem um ex namorado,das antigas,na Banda deIpanema,vão quebrar a cara.Só tem biba e bolacha...infelizmente...o será que ele é?a resposta será:Claaaaaaaaaro que é!!!

7 de fevereiro de 2008 às 14:28  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial



 

 

Um olhar feminino sobre o universo... digamos, bovino. Mulheres falando da vida e de outras mulheres.
Mulheres explicando às outras que, querendo ou não, somos todas umas vacas!




A calma alma má
A cor da letra
Adão Braga - Corpo, alma e espírito
Adão Braga - Conectado
Aletômetro
All Racing
Apoio Fraterno
Ansiosa e prematura
Avassaladora
Banana com peperoncino
Bomba MH
By Oscar Luiz
Coisas e tralhas - Mutumutum
Colóquio
Concerto em Dó Menor
Conversas furtadas
Eu sei, mas Esqueci
Eu sou garota?
Fábio Centenaro
Geek Chic
Gothicbox
Hipermoderna
Immortal lust
Instant Karma
Isso é Bossa Nova!
Irmãos Brain
Jornal da Lua
Juarez, o cabrito montês
Limão Expresso
Luz de Luma, yes party!
Jogando Conversa fora
Mas, bah!
Mais atitudes
Matérias repugnantes de um brejo
Melica
Memórias póstumas de um puto prestimoso
Meu cantinho
MOrsa sem pelo
Mulher é tudo bandida
Mulher Remédio
Neuróticos modernos - Filosofia mequetrefe
O estranho mundo de Mila
Oncotô?
Os pensamentos de eu e ela
Paola, a estranha
Papo de buteco
Pensar enlouquece, pense nisso
Pererecas em chamas
Pérolas políticas
Remembrança
Saber é bom demais
Sem frescura
She's like the wind
Sinceros receios
Smile
Sobre sapos, pererecas e afins
Somos todos uns cachorros
Sou para-raio de doido
Uma mente nada brilhante
Van Filosofia
Vertente
Wolverine responde



fevereiro 2007

março 2007
abril 2007
maio 2007
junho 2007
julho 2007
agosto 2007
setembro 2007
outubro 2007
novembro 2007
dezembro 2007
janeiro 2008
fevereiro 2008
março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
dezembro 2009
março 2010





Powered by Blogger



eXTReMe Tracker