quarta-feira, 11 de junho de 2008

BOIS E VACA NA SAÍDA DA ESCOLA ...


Levar e buscar novilhos na escola, apesar de se tratar de um expediente corriqueiro e comum a grande maioria dos rebanhos com prole, há muito tempo deixou de ser um “programa” pueril e singelo, apesar de revestido de aparente inocência bovina juvenil !

Currais escolares, em seus horários rotineiros de saída e entrada, transformaram-se do dia para a noite, em verdadeiros “points” de encontro, apesar da mascarada aparência de seriedade. casual e habitual.
Lá, bovinos “progenitores(as)” de todas as raças e credos, enquanto esperam por seus filhos, de forma casual e habitual costumam trocar superficiais e rápidas idéias sobre a vida contemporânea, sobre o aquecimento global, o trânsito ensandecido,a violência urbana, a indumentária da moda, etc. Fala-se e ouve-se de tudo, inclusive de sexo, com enfoque pedagógica é claro, além de se tratar de assuntos de “somenos importância”...., aqueles relativos propriamente à vida “escolar” e a evolução da educação dos bezerros...

Mas na saída de qualquer e típica escola bovina de classe média, vislumbra-se hoje, por certo, muito mais do que isso !

Presencia-se uma verdadeira e por vezes surreal “azaração bovina”, de lado a lado, ainda que os protagonistas bovinos da tal azaração, se tratem aparentemente de bois e vacas, acima de qualquer suspeita e, por certo, já comprometidos com outros bois e vacas !

Os flertes e a azaração bovina, na sempre confusa saída de uma escola, por evidente se mostram por vezes, bem menos ostensivos, e em muito distintos daqueles já certamente vivenciados por bois e vacas normais,em qualquer boteco ou balada bovina da vida.

Nesse particular e “familiar” reduto bovino, a paquera entre bois e vacas se dá de forma mais sutil e discreta, mas nem por isso, de forma menos reveladora de intenções.

“A coisa toda” lá acontece de maneira mais peculiar, porque os bovinos que lá se encontram além de aparentarem ter mais de trinta anos, estão sempre a externar e a denotar um casual ar de responsabilidade, aquele típico de quem já constituiu uma família bovina... Mas atentem-se: As aparências, por vezes costumam enganar e muito!

Se “bois e vacas amarrados também pastam”, certamente em uma saída de escola você poderá detectar a olho-nú, a ocorrência corriqueira de tal ditado bovino, oriundo da venerada sabedoria popular !

Juro! - Já assisti e ouvi poucas e boas na saída da escola de meu infante bezerro: - A sempre triste e invariável ladainha de casamentos desfeitos pelos motivos de praxe, bois e vacas recém-separados portando de forma mais do que escancarada, aquela identificável placa de reluzente néon, nas guampas: “I’am avaliable and back to the cow-market”!

Sem falar, em vacas aparentemente despretensiosas, relatando despudoradamente no período ínfimo de mais ou menos, quinze minutos, suas peripécias extraconjugais para quem quiser ouvir, além das “secadas” ostensivas de alguns bois, que mesmo esboçando aquela induvidosa argola anelar dourada na pata esquerda, e com os bezerros no cangote, vem ao mundo anunciar, através de olhares despidos de qualquer discrição, o reclame de sempre: “Somos casados e comprometidos sim, já procriamos, mas indiscutivelmente, estamos aí para o que der e vier”!

Enfim, tudo muito família mesmo, vivenciado em um cenário idilicamente educacional e sem fins libidinosos, que por vezes se transmuta em algo nada familiar, ainda que revestido de propósitos e intenções ilibadas visando a natural congregação de bovinos pais, mestres, e bezerros!

De tudo que já presenciei nesse inusitado universo escolar, à espera de meu filho, - e ele invariavelmente costuma demorar - só posso referir, haver de fato, na ingênua saída de uma escola, muito mais do que, uma “verdadeira congregação” de bois e vacas adultos sem fins eminentemente educacionais e pedagógicos ...

Como todo e em qualquer lugar estranho a nosso curral de origem, há lá presente também, um surpreendente mercado exibicionista bovino, um regaste da auto-estima pessoal para alguns, além do salutar reencontro diário e habitual de bois e vacas, distintos e estranhos entre si, que ao “acaso”, se descobrem em meio à afinidades comuns, muito além de seus próprios “bezerros” em idade escolar ...

Não é à toa, que a “Vejinha” de São Paulo, em recente edição, estampou e indicou só para bovinos da espécie "singles", sub-espécie, separados e divorciados com prole, saídas de escola para a busca de novos parceiros, nessas mesmas condições...

Como freqüentadora assídua dos portões escolares, sempre à espera do bezerro, e mesmo na condição de vaca "fora do mercado", me limito apenas a dizer: De fato, o lugar é “mascarado”, mas indiscutivelmente promissor!

10 Comentários:

Blogger MH disse...

O mundo tea perdido:
o povo paquera no supermercado, na feira, na livraria, na escola e nas igrejas...(azar dos coroinhas)
Pera ai..pensando bem..o mundo ta é ficando mais divertido.
Bom...to indo pra porta da escola...não tenho filho...mas pelo visto...isso é o que menos importa na hora do babado escolar.

11 de junho de 2008 às 17:21  
Blogger Beth disse...

Hehehehehe
Dia desses estava eu com sobrinho na Lagoa e um "promissor" lin-do, com duas filhinhas lin-das, só ficava na mira. E o pior é que o sobrinho fez amizade com as meninas. E eu, agora, tenho que fazer de conta que "num tô entendendo".
Pô que sacanagem. Quando estou sozinha, só aparece mascarado. Quando estou comprometida, só aparece promissor.
Mas, porta de escola é furada...bom mesmo é parquinho, cineminha, festa do colégio do sobrinho ou filhinho.

Esse texto é bem bacana e bem realista...

Beijos Vaca-Mor!!!!

12 de junho de 2008 às 08:05  
Blogger Bridget Jones disse...

Não vou discordar e vou até me entregar.

Lembram do aDEvogado comprometido e tal? Ele tem filhinho e guarda compartilhada do pequeno. Eu ia sempre dar o carão lá na frente da escola do guri nos dia q sabia q ele iria...

E o bofe nunca resitia a minha batida de cabelo né? Porque oi? Mulher no volante é tão charmoso! E eu ahazzava nos oculos Prada!

Enfim!

12 de junho de 2008 às 12:11  
Anonymous Anônimo disse...

Aprendendo...tô lendo e aprendendo...em breve..."who knows?"
Uia! rs
Beijos


PS: Que bom que voltou...saudades!

12 de junho de 2008 às 13:12  
Anonymous Anônimo disse...

Hahaha, mas eu trabalho! Esses bois e vacas todos não?

12 de junho de 2008 às 17:59  
Blogger Darshany L. disse...

uhahuahuahua
sensacional!

13 de junho de 2008 às 16:09  
Blogger Ricardo Rayol disse...

onde é essa escola?

13 de junho de 2008 às 17:40  
Blogger Sarah Rubia Nunes disse...

hahahahha.
e os professores de aulas extras??? confesso que ja me mantenho na retaguarda, é um tal de conversar sobre o talento promissor dos nossos filhos.
Mas acho que é por causa do ambiente, acredita-se que todos estão compromissados e o que rolar ali será só uma aventura, sem cobrança, sem saias justas e com boas desculpas.

Agora, igual praia não tem... sempre aparece um pai pra fazer castelinhos de areia para as crianças, que geralmente fazem amizade, buscar uma agua de coco num quiosque e pagar um sorvete...
Entre uma coisa e outra começam com a pergunta inconfundivel "Você vem sempre aqui?"


Que bom que está de volta...

14 de junho de 2008 às 11:52  
Anonymous Anônimo disse...

OI Vaquinhas, mas aí eu nao tenho filhotes pra levar a escola.

14 de junho de 2008 às 13:29  
Blogger OAlbergueiro disse...

nunca imaginei que em saída de escola rolasse a troca de olhares convidativos a segundas intenções primeiras vamso dizer assim...interessante a observação e agora quando tiver uma oportunidade vou conferir isso...acho que dá uma boa cronica...estilo Nelson Rodrigues...

15 de junho de 2008 às 08:34  

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