terça-feira, 5 de agosto de 2008

RELAÇÕES BOVINAS BUROCRÁTICAS


Infelizmente a burocracia, vivenciada quase que diuturnamente por todos nós cidadãos bovinos, pelas absurdas exigências formais e pela indiscutível morosidade de alguns dos mais comuns serviços públicos, atinge também, - pasmem - até os nossos relacionamentos bovinos !

O termo burocracia ou burocrático, por si só, já soam como coisas antipáticas, “enredadas”, engomadas e formais, sempre sujeitas ao cumprimento de algumas pautas ou rituais, às vezes até solenes, as quais - diga-se de passagem, por vezes absolutamente dispensáveis.

Assim, quando a burocracia se instaura de vez, em um relacionamento bovino, sou guindada a crer, que nessas condições, “A VACA literalmente JÁ FOI PRO BREJO”, e faz tempo ... Só que os bovinos protagonistas deste tipo insano de relação nela ali permanecem em indiscutível acomodação, pastando solenemente ao vento, mesmo que infelizes e insatisfeitos!

Uma típica relação burocrática, em modo de ver, é aquela onde não existe mais, qualquer tipo de sentimento associado à paixão ou a tesão bovinas propriamente ditas. Ainda que possa nela existir, eventuais afinidades, um certo apreço pelo boi ou pela vaca do lado, e uma por vezes incompreensível disposição dos parceiros de nela se manterem por motivos de igual modo tidos como eminentemente burocráticos. Tudo talvez por conta um patrimônio pessoal, ou de um curral previamente instituído, ou ainda em razão de uma prole bovina já existente, e por aí vai, as razões na prática, podem ser das mais diversas, mas e daí ? - Cabe sempre um questionamento interior: Será mesmo, que vale pena viver uma curta existência como a nossa, de forma burocrática por pura acomodação, e por que não dizer por mera conveniência bovina ? Certamente que não !!!! E nessa questão, costumo ser enfática e irredutível !

Mas este tipo de burocracia, que aqui me refiro, sem sombra de dúvidas comumente costuma se instaurar geralmente em relacionamentos bovinos mais duradouros, onde infelizmente uma árdua e enfadonha rotina bovina pelo decurso do próprio tempo, por certo ali já se alojou, de forma inconveniente, e parece que ninguém, absolutamente ninguém mesmo, faz nada ou age de maneira resoluta para mudar esse estado anormal de coisas, geralmente encarado com a mais absurda “normalidade” ...

Querem por exemplo, coisa mais sem sal, e burocrática do que aquele beijo-bovino vulgarmente conhecido por “selinho” ? O próprio nome já me remete a um viciado hábito, de cunho eminentemente burocrático e repetitivo: SELO, aquele papelzinho colado nas cartas, que serve sempre de protocolo para alguma coisa ! Poderia muito bem, se chamar também de beijo-carimbo, pela celeridade, e rapidez com que se consuma ... - Sei não, prefiro beijos com mais umidade embutida, ainda que tenham de se consumar de forma rápida e célere !

E o que me dizem, da típica “trepada –burocrática-bovina”, aquela usualmente praticada como se fosse uma pauta ? Depois de “tão gratificante” conjunção carnal entre parceiros, a vaca corre para o banheiro, e o boi descaradamente, dá uma mugida, seguida de um mais do que sonoro ronco ! Ou pior : Liga com a maior desfaçatez do mundo a TV e vai assistir futebol, como se a vaca ao lado nem existisse, e nada de “anormal” realmente tivesse acontecido ... - Só desculpo esse tipo de “deslize-bovino-masculino”, se o boi realmente apresentar sinais de soberbo e indisfarçável cansaço !

Mesmo em encontros sexuais havidos entre bovinos, tidos vulgarmente como “rapidinhas”, há por certo, muito mais envolvimento, adrenalina, e ainda um sutil toque de emoção e paixão !

Por isso, a fim de espantar de vez a burocracia que por vezes insiste em se instaurar em relacionamentos de longo prazo, corram como o diabo da cruz, desse tipo de pauta bovina, ainda que às mazelas de nossa vida cotidiana, insista em nos dizer o contrário !

Burocracia e formalismo exagerados, quando conjugadas e transpostas, para uma relação de afeto em curso, ainda que de forma não proposital, costumam desaguar em irremediável tédio, sempre conjugado a uma insatisfação pessoal, o que certamente conduz a boiada envolvida a vislumbrar currais alheios e aí, as coisas sem complicam e geralmente enredam para uma típica M... Bovina !!!

Bem sei, que não existe fórmula mágica, para se fugir do tédio e da nefasta burocracia bovina que por vezes insiste em se instaurar em relacionamentos bovinos de longo prazo, mas fugir de pautas pré-determinadas e usuais, já poderia ser um bom começo visando-se assim, esbarrar-se em um fim da relação na esquina mais próxima do curral !

Por essas e por outras, "beijos do naipe selinho" ? - Simplesmente dispenso! - Prefiro então um abraço caloroso, na despedida ou na chegada! - Sexo por obrigação ? - Evito, por já antever que ficarei frustrada no final! - Agora, uma “rapidinha original e criativa”, bem dada e com um certo envolvimento, desafiando tempo e espaço, convenhamos: - Costuma ser adrenalina, pura !

5 Comentários:

Blogger Ricardo Rayol disse...

um cenário dantesco esse que infelizmente se torna comum até demais

5 de agosto de 2008 às 12:36  
Anonymous Anônimo disse...

Hahahahaha....tem horas que corro mesmo direto e reto para o banheiro!!! É uma cena bizarra além de burocrática...hahahahahaha

Adorei vaca-mor !!!!

Mas infelizmente essas coisas andam banais e corriqueiras...uma pena !!! Então o jeito é drena na véia...hahahahahahaha

beijocas

7 de agosto de 2008 às 08:41  
Anonymous Anônimo disse...

Ih, escrevi coisa parecida no Srta. Rosa. Mmmm... sincronicidade, hehe?


Bezzos,

8 de agosto de 2008 às 17:23  
Blogger Violeiro disse...

quirida!!!!faz uma cara que não vinha te vizitar!voce continua "toreando"o pasto!precisa ler um artigo do Flavio Gikovate sobre"estar sozinho"abraços e desculpe pelo tamanho do artigo,é que é muito bão e vc tem que ler.(já conseguiu um "tricot"na globo/)....beijos rapidinhos....

Flávio Gikovate*

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca, hoje, é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência – e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém: algumas vezes, você tem de aprender a perdoar a si mesmo…

12 de agosto de 2008 às 17:32  
Blogger DM disse...

Rayol - Infelizmente façi suas as minhas palavras, esse tipo de relacionamento é hoje o lugar comum ...

Bethíssima: É preciso driblar essa burocracia e como, melhor mesmo é fugir dela ...

Srta. Rosa: Acho que muitas vacas, já nascem sincronizadas entre si ... Adoro seu espaço lá !!!

Violeiro: Adoro o GIKOVATE, apesar de ter um certo preconceito com Drs.Psiquiátras, a exceção é claro as adoráveis douturas do PÁRA RAIO DE DOIDO!!! Aliás acho que já li, vários livros do mesmo... Seu comentário, aqui foi mais do que pertinente e elucidativo... Esquenta não pela extensão, sou mais do que prolixa as vezes...

Bjs em todos!!!

13 de agosto de 2008 às 14:57  

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